
A declaração do comandante do Exército também foi feita pelo Twitter e logo
ganhou grande repercussão, sobretudo por ocorrer na véspera do julgamento de
habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo STF (Supremo
Tribunal Federal), marcado para esta quarta (4).
"Asseguro à nação que o Exército brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os
cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social
e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais",
escreveu Villas Bôas. "Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às
instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do país e das
gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?".
Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pela 8ª Turma do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do
tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, e poderá ser preso se o STF negar o
habeas corpus.
Os três desembargadores da 8ª Turma entenderam que Lula recebeu o imóvel
como propina paga pela empreiteira OAS em troca de contratos na Petrobras. O
petista nega ser dono do imóvel e afirma ser alvo de uma perseguição política
promovida por setores do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal, para
impedi-lo de ser novamente candidato à Presidência.
O habeas corpus impetrado pela defesa de Lula busca que a pena imposta ao expresidente
comece a ser cumprida somente em caso de rejeição de todos os
recursos possíveis em todas as instâncias do Judiciário.
Lula lidera, com folga, as principais pesquisas de intenção de voto para a corrida
presidencial de outubro, mas devido à condenação por um órgão colegiado da
Justiça, deve ser impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa.
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Mais cedo, o general da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa declarou ao jornal
O Estado de S. Paulo que se o STF permitir que Lula se candidate e se "Se acontecer tanta rasteira e mudança da lei, aí eu não tenho dúvida de que só
resta o recurso à reação armada. Aí é dever da Força Armada restaurar a ordem.
Mas não creio que chegaremos lá", disse Lessa, segundo reportagem publicada no
site da revista Exame.
O julgamento do recurso de Lula no STF tem sido precedido de forte pressão. A
Corte já recebeu dois abaixo-assinados nesta semana, um pela prisão após
condenação em segunda instância e outro contrário a esse entendimento.
Atos opostos ao ex-presidente e outros de apoio ao petista também têm sido
organizados desde esta terça-feira (3). Na quarta, vias de Brasília serão
bloqueadas, e manifestantes pró e contra Lula serão separados por grades e
policiais militares.
Na semana passada, a caravana do ex-presidente Lula pelo sul foi alvejada por
três tiros durante a passagem
pelo Paraná. No mesmo dia, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava
Jato no STF, declarou à GloboNews que ele e sua família têm recebido
ameaças .
Na segunda-feira (2), a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, pediu
"serenidade" disse que "violência não é justiça". Já nesta terça, o ministro da Segurança Pública,
Raul Jungmann, declarou esperar um "clima ordeiro" nas manifestações desta
semana.
Fonte:https://noticias.uol.com.br
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